terça-feira, 4 de setembro de 2012

Recomeço.



    O velho piano na sala, mudo e empoeirado.
          A sua fotografia ainda está lá, intacta. Faço questão de limpá-la de vez em quando.
          Por que você foi tão longe?
          Porque era preciso. As vezes só o tempo esclarece. Faz desaparecer o que não devia nunca ter existido e voltar com uma força inexplicável o que realmente importa.
         Mas eu ainda espero.
         Espero novas flores para enfeitar o piano, espero a nova música que vou compor pra você (a sinfonia do retorno), o cheiro que a cozinha tinha quando você estava lá. Eu espero porque o amor não acabou nem diminuiu. Nem em mim nem em você. Eu sei.
         Haverá uma outra primavera, com novas e perfumadas flores, na sala e dentro de nós dois.

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